.Mãe
Bebo a morte de teus peitos vácuos
Sequioso por vida
Recebo um veneno maternal
Não tens culpa
Eu não tenho culpa
A minha fome não é saber de quem é a culpa
Mãe
Escorrem-te rios pelos olhos
Rios de lágrimas navegadas por sangue cristalino
Morro junto ao teu peito
Embalado pelo teu dolente coração
Fim
Da Vida
Também do Sofrimento
[sobretudo do sofrimento]
Há esperança
Quem sabe
Não é dela que me posso alimentar
Mãe
Sucumbo à fome
Para sempre alimentado pelo teu olhar.
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