Terça-feira, 28 de Agosto de 2007
.Que esta noite guarde os nosso sonhos
Para lá do sempre
Em seu ventre situado entre a luz das estrelas e o luar
Que o teu corpo guarde o meu
Pelas noites
Por todas as que nunca te poderei ter
Que a tua voz me embale antes de dormires
Que sonhes pelas noites as nossas noites impossíveis
Não chores as lágrimas que não chorei
Sorri apenas abraçada naqueles segundos
Deixa que o orvalho te humedeça a pele
Ao mesmo tempo que corta a minha
Não me deixes dar instruções de como sofreres
Sofre à tua maneira
Eu sofro à minha
Unidos numa espécie de morte
A florir dor
Sob a bênção do luar
Naquele lugar
Ecoam melodias de embalar
Dança a solidão tão cheia de ti
Às vezes quase te consigo tocar
Quando a Lua está prenha de luar.
música: "D'ont Let Go" dos The Rasmus
Quarta-feira, 6 de Junho de 2007
Dedicado a T.O.R.:
.Farrapos de Lua
Escorreitos pelas curvas de teu corpo
Na tua nudez nocturna
Há um clamor do meu sangue pelo teu
Diálogos de luz e escuridão
De zeros e uns
Nos ângulos da alma
Na faceta íntima de ti
Encontro a revelação, o desejo, a morte ritual
Liberto em ti pedaços gotejantes de mim
Que te invadem
[contornam]
Até acabarem por fazer parte de ti
Quando me olhas
De dentro de mim
E vês para lá da penumbra
? Sorris
Quando me recebes no teu receptáculo lunar
? Sentes-te curada pelo meu sangue
Quando adormeces na escuridão dos meus braços
Ao bater do meu peito
? És feliz
Sexta-feira, 2 de Março de 2007
.A Lua que existe em redor de teus olhos
A Lua olha-me pelos teus olhos
Quando a luz é a chuva de teus olhos
Dissolve-se a Lua que te rodeia os olhos
Quando chove
A Lua escorre pela tua face
Traço preto na alvura
Às vezes chove à porta
Do inferno
Que é a tua boca
Às vezes chove parte de mim em ti
Evaporo-me no rubor cinzento de tuas faces
Às vezes condeno-me
Pelos
Para
Os teus lábios.
música: "Becoming light" dos Process of Guilt
Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2007
.Olho o céu
Este céu nocturno
Irrepetível
Intangível num breve olhar
Olho-o olhando para mim
É bela esta noite
Bela como amanhã não será
Bela na sua morte anunciada
Olho-me na noite
Sem me achar
Sem vontade de me procurar
Sou prisioneiro de um olhar
De uma noite ao luar
Sou a noite que há em mim
Sou a extensão da morte que há em mim
Sou tudo aquilo que esqueci.