.Os meus ossos
São um bosque de carvalhos enlutados
A chuva que cai
São águas revoltas
Que chovem do meu coração
Perdi a conta às noites em que me perco
Ansioso por te reencontrar algures nas pregas do tempo
Vagueio pela cidade que jurámos conquistar
Arrepio-me com a aragem que faz as folhas caídas voar
Estranho,
Assombração
Injecta-me uma faca rumo ao coração
Preciso de o sentir a rebentar
Com a força com que a tua mão outrora agarrou a minha
Sentir, talvez, a vida a brotar
Por entre espasmos
Tão belos quanto condenados
Sento-me a escutar o silêncio cantado pelos sonhadores
Nunca partas, jamais deixes de me atormentar.
.Engulo o suspiro
Esta estranha sensação
.Tão bela como ao primeiro olhar
Difractada pela água neste último
Parto, ancorando a ti a minha vida
Talvez nunca ouse partir
Tal como a luz que dorme nas noites de ti.
.Sem nome
Talvez escondido na distância colossal entre o seis e o sete
No limiar fugaz em que o dia e a noite se tocam
Na distância infinita de uns lábios que se amam e não se podem tocar
Quando chovi
Choveste comigo
Um qualquer jardim ficou florido
Quando misturo sonhos e metáforas
Para contar tudo o que sei de ti
Treme-me a mão e nunca o consigo escrever
Embarga-se-me a a voz e não consigo cantar
Quando anoiteci
Anoiteceste comigo
O teu céu, adormeceu comigo.
.Empresta-me a vida que palpita nas tuas mãos
Neste adormecer
Sorri-me com o teu último olhar
Nesta viagem até às estrelas
Ensina-me o sorriso
Que te contorna os lábios
O porquê das lágrimas iluminarem o teu rosto.
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