Quinta-feira, 7 de Julho de 2016

S

.Sal que me percorre as veias

Rumo ao sul

S

Coração que bate pesaroso

Salgado

Mar temperado

Com mágoas

Crispado e revolto até ao fim

S

Pobre e frágil a barca

Que me serve de caixão

Suspenso

Atordoado

Num éter-salvação

S

Sal que transformas numa chaga

Este meu corpo degradado

S

Embala-me

Com a serenidade que precede uma tempestade

Devolve-me

Perene a florir liberdade.


publicado por Buraco Negro às 17:59
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Quarta-feira, 23 de Março de 2016

N

.Outrora

N

Escorrem os dias

Desde que perdi o Norte

Corre um rio dentro de mim

Revolto e crispado

Onde perduram diluídos numa massa infinda

Os restos de mim

N

Recordo-me

Ergo pensamentos

Que se esvanecem dentro de mim

Luto, ergo-me e agito-me

Rio desgovernado que jaz na foz

N

Sento-me

Penso e recordo

A pureza translúcida dos olhos da minha Mãe.


publicado por Buraco Negro às 20:44
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Quarta-feira, 26 de Novembro de 2014

Mestre

.Os meus ossos

São um bosque de carvalhos enlutados

 

A chuva que cai

São águas revoltas 

Que chovem do meu coração

 

Perdi a conta às noites em que me perco

Ansioso por te reencontrar algures nas pregas do tempo

Vagueio pela cidade que jurámos conquistar

Arrepio-me com a aragem que faz as folhas caídas voar

 

Estranho,

Assombração

Injecta-me uma faca rumo ao coração

Preciso de o sentir a rebentar

Com a força com que a tua mão outrora agarrou a minha

Sentir, talvez, a vida a brotar

Por entre espasmos

Tão belos quanto condenados

 

Sento-me a escutar o silêncio cantado pelos sonhadores

Nunca partas, jamais deixes de me atormentar.


publicado por Buraco Negro às 01:49
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Sexta-feira, 4 de Outubro de 2013

Suspiro

.Engulo o suspiro

Esta estranha sensação

Este arranhão na razão

Recordo-te jardim distante
Talvez perdido numa outrora-aurora
Perdida
-por sua vez -
para jamais ser recordada

A luz de uma vela a partir 
A espuma da manhã em que te conheci
Em que deste a mão à minha solidão.

publicado por Buraco Negro às 21:18
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Domingo, 9 de Junho de 2013

Último

.Tão bela como ao primeiro olhar

Difractada pela água neste último

 

Parto, ancorando a ti a minha vida

Talvez nunca ouse partir

Tal como a luz que dorme nas noites de ti.


publicado por Buraco Negro às 19:04
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