Segunda-feira, 27 de Novembro de 2006

A Mário Cesariny

A morte não existe
A morte está morta
A estrada é feita de uma vida que não concebe a morte
A estrada é feita de um sonho
De um amor infinito
De um mundo dentro de um mundo

Olho e não acredito no que vejo
Vejo a mentira que é o mundo
Vivo no sonho
De encontrar o mundo
No fundo deste mundo que é na verdade uma mentira

O céu é azul, mas também é vermelho amarelo e preto
Tu é que não vês
O cubículo em que escrevo não tem paredes
Tem janelas para o mundo
Para o verdadeiro
O tecto do meu cubículo é azul
Mas não existe

Quem és tu
Quem sou eu na minha impossibilidade azul
Que raiva escondo nas paredes que não existem
Que angústia
Que procura enceto e dou por concluída antes de começar
Porque escrevo sobre a morte se esta não existe

Porque escrevo sobre o mundo
Porque  chamo mundo
A esta horrível visão

Que mentira é esta
Dizem que o Tejo está longe
Mas passam-me  barcos do Tejo mesmo em cima da minha cabeça
Passa nas minhas mãos a saudade daquilo que nunca conheci
Neste mundo dei conta de ti
Mas é no outro que vives

Que merda inverosímil me cobre
Que mentiras me contaram
Que infame morte me deram
Que merda é esta que vejo

Fartei-me de sonhar sonhos que não são meus
Quero ser mestre de mim mesmo
Quero olhar com olhos de ver esse novo mundo
Que não é nenhum paraíso inventado
Porque tu contas histórias de lá
Porque eu  acredito em ti

A morte não existe
Este mundo  não existe
Só existe o luar, o mar e a cidade da minha meninice.



 

publicado por Buraco Negro às 00:28
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o Buraco


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