Escrevi algo à pouco que apaguei inadvertidamente . Talvez o que escrevi não devesse chegar à vossa leitura. Curioso, falo como se este blog tivesse mais leitores que eu próprio. Hoje sinto-me contraditório como sempre. Procurei a resposta e julgo que a encontrei, mas escondia algures para continuar à procura. Agora parece-me que a esperança na resposta não é algo vão, digo mesmo que eu manipulo essa esperança à medida das minha necessidades emocionais contraditórias. Estranho sentir o meu coração a bater, estranho este batimento tal como o mundo que me rodeia, estranho na sua não linearidade , no seu jogo de contradições e de opostos. Estranha a distância que separa o amor do ódio, estranha a maneira como se comutam um no outro. Estranho a maneira como a luz e a escuridão do dia e da noite se misturam na alvorada e no anoitecer, sem que nenhum deles ganhe predominância sobre outro.
Procuro o meu espaço entre a luz e a escuridão, procuro-me em ti e neste mundo que às vezes não sinto como meu.
Procuro-me nas veias que se ramificam por baixo da tua pele branca, branca de uma brancura que ganha ainda mais esplendor graças à roupa negra que usas.
Procuro-me na noite adornada pela luminosidade dos astros.
Procuro-te nos meus sonhos, sabendo-te real apesar de não o pareceres.
Procuro-me na dor, no sofrimento na desolação...
Procuro-me no amor, na paixão, na alegria ...
Procuro no som da tua voz a ecoar-me pela mente a tua presença.
Quero-te nesta minha procura, quero amar, sofrer, rir e chorar contigo.
Quero ser um romântico arrebatado, quero ser um decadentista desiludido, quero acreditar em algo que julgo e julgava impossível, quero ser contraditório menos nas certeza de te querer ter comigo nesta jornada. Sei-te pela tua voz, pela brancura das tuas palavras e pela doçura do teu timbre. Sei que quero cair nos teus braços, na essência fantasmagórica própria de ti meu anjo de nevoeiro.