.Ofereço o meu corpo
Vazio, frio e sem escopo
Fruto só e enregelado
Estático, inerte: empedrado
As cinzas que se desprendem das palavras
São tudo aquilo, tudo aquilo que escreverei
O manifesto, a súmula e o testamento
Inspiro mais fundo
A verdade ignota
Farrapos de angústia a florescer
Ninho de cadáveres a apodrecer
Vagaroso vaguear pelo mundo
Ébrio e sem propósito
[É] alto o teor de danação
O meu silêncio é remexido
Por espasmos de lucidez: sementes estéreis
Natimortos paridos pela razão
Não me apraz o descanso
O isolamento, ou mesmo a solidão
A suprema negação da existência
Ruir até à essência.
[Que] a imensidão oca da clausura
Seja a minha sepultura.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.