. Quando te descalças pisas os céus
Geómetra de um bailado que faz tilintar as estrelas
Em todos os jardins há cidades
Que dormitam em ninhos de espinhos
Flores embriagadas pelo céu
Sequiosas pelo sibilar da luz
Nas entranhas que desconheço
Passeiam os vapores doces de uma manhã
Uma mãe saciada pelas dores de parto
Tece a placenta que há de ser a corda que abraçará o pescoço dos dependurados
Solidão
Menstruação em hibernação
Arranco pedaços de mim mesmo
Para alimentar
Uma chama que arde uma serenata estática
Olho os opúsculos
Em que finjo acreditar
Conforto epidémico em que gosto de me sufocar.
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