.As costelas
Colunatas a resplandecerem com a sua luz cor de marfim cego
As costelas dos arcanos desnudos
Coluna vertebral que desce do céu até à terra
Conexão mistérica a copular
Numa toada ora inversa ora transversa
Acetinados olhos
Que perscrutam lágrimas esféricas
Esqueletos arredondados por um labor macabramente dedicado
Os Invernos que me arrefecem as mãos
São os mesmos que alimentam a torrente hirta dos mundos sub-reptícios
Azulejos quadrangulares
Globos oculares numa contemplação mesmérica
De um futuro espesso
Fluido não newtoniano
A mais adocicada das cordas
A seduzir o pescoço
Com movimentos licorosos
Arautos de um poderoso desejo
De uma confessada certeza
[Que a forca esteja contigo]
Anjos caídos
Uma poderosa refeição
Uma possível cura para o tormento
Para este dealbar ungido com lamento.