Hoje apetece-me escrever umas linhas acerca dos Dark Tranquility, a banda não goh com o nome mais goh :-).
Reis de um trono atribuído a alguns meros senhores: o do Death Metal melódico ou som de Gotemburgo. Os DT são para minha infelicidade uma banda, de resto tal como os Primordial, com um talento que não é acompanhado pelo reconhecimento. Escolhi discorrer sobre o seu último opus, de seu nome Fiction. Ainda me lembro da minha reacção quando o meu mestre R. me deu a ouvir uma música deles, fiquei completamente siderado com o som deles…
Escolho o seu último álbum para provar duas coisas, a primeira é que os DT estão em plena posse das suas faculdades, a segunda tem que ver com a dificuldade que se me assiste ao tentar escolher um álbum de uma discografia sem mácula. Souberam, reinventar-se a cada álbum que fizeram, souberam evoluir na chamada lógica da evolução da continuidade. Os DT não se venderam ao sonho americano, não ataviaram a sua música com os clichés do momento. São músicos íntegros e artistas na mais pura acepção do termo.
As músicas dos DT a partir de determinado momento da sua carreira, o álbum The Mind's I , passaram a ter como pano de fundo letras deliciosamente aliciantes, muito longe do marasmo e pedantice lírica que parece querer invadir algumas bandas de Metal mais modernas.
Quanto ao Fiction pode-se escrever que é um registo algures entre a faceta mais brutal do colectivo e aquela patente nos seus álbuns mais experimentais (Projector e Haven). Uma excelente maneira de iniciar o contacto com o colectivo. Desde a pancadaria devastadora do tema inicial Nothing to No On, até ao registo quase goh de um tema como The Mundane and the Magic. Parafraseando uma frase que li algures uma "foda de álbum", perdoe-se a falta de decoro na linguagem.
Cada um é livre de ouvir o que quiser, mas aconselho vivamente a ouvirem esta banda, é uma das que me faz bater o coração, que me expurga a alma, que me faz atirar o pescoço em investidas contra a atmosfera e que me faz experimentar a força centrífuga que insiste em separar-me o corpo da alma.
Um bem-haja para os Dark Tranquility!
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