.Puxo de dentro de mim tudo aquilo que é frio
Expiro-o entregando-o ao frio que me acompanha ao longo do caminho
Por aí
Dando passos pesarosos em terrenos moles
Ocultos na escuridão oferecida pelo fim de tarde
Ao fundo das luzes, à direita da penumbra
Existem caminhos servidos sobre a terra
A mesma terra que sepulto por baixo do alcatrão
Piso a terra que amanhã aposto como perdida
Abafada e silenciada até gritar e libertar vagas telúricas
O eterno retorna ao primordial
Para lá vejo luzes
Pontes e estradas formando cruzes
Percorridas por luzes
De um amarelo retorcido e ruidoso
Perigoso e melindroso
Penso e invento um fim
Para cada pontinho de luz
Desço fundo até aos lamaçais de mim e afogo a esperança
Que se esconde entre os cabelos da cidade
Faltas-me e morres-me
Do princípio ao fim de cada segundo
Ventos petrificam a pele
Consolam-me esta solidão
Tão minha como tua, tão tangível como nua
Hoje pergunto-me quem sou
Não
Prefiro que guardes a resposta
Que a abandones e deixes ser consumida por cada segundo até nada restar de mim
Perco-me enfim
Seguramente confuso e obtuso
Sento-me e contento-me com aquilo que me é dado a vislumbrar
Desapareço tornando-me subliminar.
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