.Mostra-me os horrores
Que se escondem na tua cidade
Que eu mostro-te as entranhas da minha
Viajemos pela rota dos ventos
Que semeiam o cheiro apodrecido
Da ínclita civilização
Ossos
De um esqueleto de aço enferrujado
Horrores nocturnos
Bastardos de orgias de luz
Morcegos
De asas de alumínio
Dentes em aço inox
Vítimas tornadas assassinos incautos
Que recolhem aos primeiros traços de luz
[Que odeiam o sabor da luz]
Esta noite sou teu passageiro
Turista na tua cidade
Que me parece já ter conhecido
Na tua cidade há um lugar
Onde só existe o teu abraço
Tornado luz
[Feito da única luz que não é baça]
Adormece menina de aço
Para acordares menina de Cristal
Borboleta de asas queimadas
Por focos de luz
Quentes e baços
Mostra-me aquele jardim
Desolado
Aquele
Onde existe a única flor que resiste
Que não desistiu de florir
Nesta cidade
Afinal a minha
Floresce a desolação
Perfumada de ódio
? [Ainda há esperança]
Os teus olhos dizem-me que sim.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.