Terça-feira, 27 de Março de 2007
.O medo é todo este céu azul que me corta
Que me conforta
Que me sufoca
De uma podre esperança
Tenho medo, vivo para o medo
Da hipótese singular
Vibro com esta minha assombração
Com esta morte com falta de detalhe
Com esta morte distraída
Os olhos estão gastos de tanto azul
De tanta ânsia
Toldam-se perante o chão e as pedras da calçada
Este chão que é tão meu
Que é meu berço/caixão
Espezinhado pela vida
Este chão onde se cospe o veneno que me alimentará
Hipótese catatónica
Letargo matinal
Sou o medo
O degredo que há em mim
Este céu é medo
Que este céu morra em mim.