Sexta-feira, 9 de Fevereiro de 2007
.Olho as dolorosas paredes brancas
Inanimadas
Estáticas e carentes de sangue
Carentes do sangue meu
Daquele que se evapora das minhas veias
Daquele que ao evaporar-se me rouba a vida
Em troca da morte
Nestas paredes brancas
Nesta jaula mental
Onde eu não sou eu
Onde sou tudo aquilo que não sou
Dói-me da cabeça até à ponta dos dedos
A ausência da tua presença
Lâmina folheada e colorida a sangue
Folha de papel barato e de corte exemplar
Remédios envenenados na esperança da cura
Malditas paredes brancas
Sem manchas de sangue
Sem marcas de vida
Vida esta que se entrega à morte.