Sexta-feira, 5 de Janeiro de 2007
.Horizonte de água
A noite
Em meu horizonte de escuridão
Névoa que me toca
Que intersecta meu interior de desespero
Melancolia patética
Morte numa perspectiva estética
Lâminas que me cortam a pele por dentro
Recuso a luz que me querem dar
Na escuridão estou bem
Dói-me a luz
Acaricia-me a ausência desta
Parte incerta de mim apodrece e palpita
A noite é curta para meus gritos mudos
Rio as lágrimas fracas que choro
As lâminas dilaceraram-me mais que a pele
O coração jaz
Mas mesmo assim estou vivo
Coração feito bomba pronta a explodir
Coração fábrica de dor
Já não vives.