Regresso ao formato habitual. Depois de uns devaneios em forma de pseudo-poemas de fraca qualidade, que me permitiram libertar uma outra decadente faceta de mim. Tenho tanta coisa para escrever, tanta coisas para ocultar de vós ... Hoje apetece-me falar sobre a Lua sobre a forma que ela tem hoje, forma essa que não é igual à que tinha ontem e à que terá amanhã. Eu sou como a Lua na medida em que sou um ser em constante mutação , despersonalizo-me a cada passo e construo-me a cada outro passo. Sou a contradição e as mentiras que escrevo. Sou, também, a verdade que escrevo, mas uma verdade claro está contraditória. Verborreia egotista e inútil esta que estou a escrever. Palavras que revelam as minhas fraquezas e que escondem os meus ódios. Odeio com toda a força que os seres humanos são capazes e tenho em mim a maldade intrínseca à humanidade. Participo da sua arrogância e cegueira perante o armagedão . Esta luz que me tentam convencer a ver é falsa, há quem se ria da escuridão que partilho com outros seres, mas a escuridão é real. Tão real como a morte que nos espera, sim porque a morte é bem real. Estou nitidamente farto de sorrisos hipócritas e amigáveis, às vezes não suporto a esperança porque esta me parece uma quimera. Olhem para o que de bom fizeram, olhem para a merda que antepassados nossos semearam e que nós perpetuaremos. Julgam-se imunes, a morte chegará até vós sacerdotes da falsa luz. Lanço um ataque a vós hipócritas, aqueles que mentem e contam a mentira primordial. Sinto toda a crueldade e sinto-me cruel porque participo dela, tenho as mãos sujas de sangue inocente. Não tenham pena ou ódio de mim porque vós também têm. Na felicidade falsa dos vossos sorrisos mora o ódio. Eu e vós somos matéria corrupta e corrompida . Vós seres de uma falsa luz e eu uma criatura que procuro a escuridão (que pode comportar a luz) limpemos as lágrimas falsas que choramos.
Nós na nossa arrogância não somos nada, somos mais uma mentira que foi contada e acabará por morrer.