Domingo, 4 de Fevereiro de 2007

O Buraco na opinião- Câmara Escura

Ontem, no programa "Câmara Clara" da 2: conversava-se acerca do sucesso dos portugueses no mundo dentro do Mundo que é a cultura. Como convidados tínhamos duas sumidades: Inês Pedrosa (as senhoras primeiro) e Artur Pizarro. Uma escritora e um pianista de sucesso. Duas pessoas que estabeleceram um interessante dialogam com a interlocutora. Interessante a conversa apesar da banalidade das palavras com que a descrevo. A certa altura, é visionado um vídeo dos Moonspell creditado com "Everything Invaded", mas que na realidade se chama "Nocturna" (belo vídeo por sinal). Duas coisas a reter:
- Alguém não fez o trabalho de casa ou fê-lo mal, mas errar é humano e afinal o vídeo era mesmo dos Moonspell.
-Por outro lado, a apresentadora referiu-os como uma banda que tem um sucesso massivo na Alemanha (as palavras creio que não foram estas, mas o sentido será aproximado). Ora, isto denota uma certa imprecisão natural e desculpável, embora de certo modo preocupante (para mim de certeza que não).
Mas, o que foi deliciosamente delicioso foi ver a cara dos convivas, uma cara nauseada e enojada (peço desculpa se estou enganado). Um desdém, foi a réplica de um dos convivas que disse que a Alemanha era um mercado (cultural entenda-se) aberto a especificidades e, pareceu-me, que disse isso num tom redutor... Ora, nem vou escrever acerca estratificação entre alta cultura e baixa cultura. Nem vou fazer o perverso jogo de procurar o número de referências, num motor de busca, a cada uma das pessoas e banda em análise (em verdade fi-lo, mas não o transcrevo).
Deixando-me de banalidades, o que quero escrever é que me irrita o olhar que certas personalidades - não necessariamente das que acima falo, pois posso estar enganado - fazem perante o Heavy Metal. Irrita-me a arrogância, mas não me dói. Não me dói porque, em verdade, o que interessa é a minha paixão confessada a essa forma de cultura subterrânea e libertária. A esse mundo que nem todos compreendem (nem precisam de compreender) e que nem todos respeitam (talvez o devessem fazer por mera cortesia).
Apraz-me referir José Luís Peixoto, o escritor que gosta de Heavy Metal, que compreende a sua natureza e que não tem vergonha em o assumir. É de bom tom perceber, que entre as letras de José Luís Peixoto cabe a arte, a beleza e o negro som. É bom ouvir Metal e Moonspell em particular. É bom sentir que quando o som brota das colunas sou livre na minha opaca fruição.
sinto-me: \m/
música: "Antidote" dos Moonspell

publicado por Buraco Negro às 00:15
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