Sábado, 17 de Fevereiro de 2007

...

.Quando a Lua ordenar
Que a morte que foi vida
Saia de ti

Nessa noite
Tingida a vermelho
Serás a serpente ritual

És a energia criadora
Sanguínea
Serpente curvilínea
De orgasmo redentor.

publicado por Buraco Negro às 00:20
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Sexta-feira, 9 de Fevereiro de 2007

Olho as dolorosas paredes brancas

.Olho as dolorosas paredes brancas
Inanimadas
Estáticas e carentes de sangue

Carentes do sangue meu
Daquele que se evapora das minhas veias
Daquele que ao evaporar-se me rouba a vida
Em troca da morte

Nestas paredes brancas
Nesta jaula mental
Onde eu não sou eu
Onde sou tudo aquilo que não sou

Dói-me da cabeça até à ponta dos dedos
A ausência da tua presença

Lâmina folheada e colorida a sangue
Folha de papel barato e de corte exemplar
Remédios envenenados na esperança da cura

Malditas paredes brancas
Sem manchas de sangue
Sem marcas de vida
Vida esta que se entrega à morte.

publicado por Buraco Negro às 00:03
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Sexta-feira, 2 de Fevereiro de 2007

Le moment de la luna

.Ciclo
Fim indeterminado no determinismo do princípio
Transformação interna

Sangue que se renova
A cada ciclo teu
Ciclo de morte e nascimento
Que acaba na escuridão em que começa

Le moment de la luna
Mistério de teu corpo
Revelado ante mim
Minha Istar que se rege pela lei lunar

Quando a vida graça no céu
Criemos o amor numa recriação hermética
Num ritual irregular
E angular segundo a geometria lunar

Recriação minha em teu altar
Em teu receptáculo
Morro para depois renascer
Assim queira o ciclo lunar.




música: "Lunar Force" dos Enslaved

publicado por Buraco Negro às 00:03
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Domingo, 29 de Outubro de 2006

SANGUE

Escrevo a letras cor de sangue, aquilo que me corre no sangue.

Escrevo em letras de vermelhidão características de um Sol cansado aquilo que me cansa.

Escrevo em encarnado caracteres que dificilmente expressão a plenitude do que sinto.

Escrevo na mesmíssima cor aquilo que me dói e que apago logo a seguir para não conhecerem aquilo que me mata o sangue.

Sigo pela minha corrente de sangue até ao mecanismo que a promove, que a cria, que a destrói e que um dia a terminará.

Faço a viagem a mim pelo meu sangue, pela seiva que me corre e corrói o corpo.

Sinto seu tom amargo, provocado pelo mecanismo que lhe confere o movimento.

Escrevo mais algo sem sentido que apago para não lerem.

Tenho dúvidas de sangue, embora o sangue corra em mim.

Escreveria mais, mas acabo por aqui, não tenho sangue que me alimente e alente os dedos.

Não desperdicem o vosso sangue a lerem isto.

Se leram isto já o desperdiçaram, desculpem a desdita!

 

música: "Hold This Woe" dos Swallow the Sun
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publicado por Buraco Negro às 01:21
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o Buraco


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