Segunda-feira, 28 de Maio de 2007

Criança que fui


.Procuro em mim a criança que fui
Que não sou

Espelho:
? Onde estão meus olhos húmidos
? Onde está a esperança dos meus olhos
? Onde estou eu afinal

Luz que foges de mim
Que brincas comigo nesse teu bruxulear

Luz moribunda ao fim destes anos

Recordo as ruas
Brinquedos
Pessoas
Livros infantilmente felizes
Nevoeiro distante
Luz cintilante que desponta de meu coração

Recordo os corredores da minha infância
Os jardins imensos
Da minha cidade de luz
Opacas memórias a pintarem de azul este céu inevitavelmente cinzento

Sentado nesse jardim sou
Sem ser
O que fui outrora.

publicado por Buraco Negro às 23:05
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Segunda-feira, 19 de Fevereiro de 2007

Manhã

.Nascem no céu
As cores frescas e matinais
De propósitos infimamente surreais

Nasce a luz
E com ela nasço eu
Mais uma vez

Rumo à morte

Toldo-me pelas ruas da cidade
Na minha solidão
Na minha inteira solidão

Há na manhã
O cheiro que só a luz tem
Um cheiro redentor
Solução feita de cor
Às vezes de uma luminosidade dissolvida em dor

Na melhor vista da cidade
Olho-a perdendo-me em ti
Penso naquilo que te diria
Extingo-me na luz com que te tocaria

Sorrio
Nas lágrimas que a luz me provoca.

publicado por Buraco Negro às 23:03
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o Buraco


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